quinta-feira, 29 de maio de 2008

Deputados pagodeiros adiam a votação do CSS

A base aliada do governo decidiu adiar para a semana que vem a votação da criação da CSS (Cansei de Ser Sexy), conhecida como nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Sem acordo dentro da própria base governista e inúmeras divergências musicais, os governistas decidiram deixar a votação para terça-feira.
"Ainda não há conhecimento sobre todos os detalhes da proposta. Como se trata de uma banda indie e sabemos que este estilo musical ainda não agrada todos os brasileiros, preferimos adiar a votação para terça", disse o líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE).

O Linhas Tortas apurou que, além de dificuldades para fechar o texto da CSS, os governistas também não estavam seguros sobre o apoio da maioria da Casa Legislativa à proposta. Segundo a boca pequena, boa parte da Câmara é conhecida por freqüentar rodas de samba e bailes funk da periferia carioca. Alguns deputados chegaram a propor a troca do Cansei de Ser Sexy por bandas como Swing e Carisma e Jeitinho de Moleque Travesso. A partir daí a sessão ficou complicada, já que a base aliada precisaria do voto de 257 parlamentares para aprovar a matéria.

Oficialmente, porém, os governistas negam que o placar estivesse apertado para a aprovação da CSS. "Qualquer bancada tem ressalvas quanto ao estilo musical do Cansei de Ser Sexy, mas hoje em dia todo muno sabe que o ritmo é tendência. Quem nunca catarolou Alala no banheiro deve estar com algum problema", afirmou Rands.

O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que o objetivo da base aliada é garantir a votação da proposta na próxima terça-feira. Ele afirma que ainda há um preconceito muito grande com a cultura undergraund na câmara. "E ainda existe esse debate bobo de que popularizar o indie seria tirar o seu caráter alternativo, eu discordo disso. O Arctic Monkeys está aí para provar o contrário", disse Fontana.

A oposição comemorou o adiamento da votação. "A verdade é que o governo está com dificuldades para conseguir apoio na votação da nova contribuição porque a gente gosta mesmo é de um bom pagode. Se fosse uma banda de funk, a gente até apoiava. Pensei em sugerir a Mulher Melancia", disse o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ).
Rodrigo Cruz

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